6 de fev. de 2007

A chatice do telemarketing tem cura?

Eu, e a maioria das pessoas que conheço, tem uma coisa em comum: detestam receber telefonemas de telemarketing! É uma procissão sem fim de telefonistas insistentes, robotizados e que não param de nos oferecer tudo neste mundo, menos é claro, o que nós queremos.
Com o advento do telefone celular, tenho notado que as linhas fixas parecem que só servem para isso: receber chamadas de call centers!
Não, não pense que sou contra o telemarketing! Acho que é uma ferramenta importante de Marketing. O que ocorre é que algo deve estar errado. Do contrário, com certeza, não nos traria tanta irritação.
Já havia percebido que, na grande maioria das vezes, quando sou surpreendido com essas ligações fico irritado. Talvez porque sempre ligam nas horas mais impróprias (será que existe alguma hora própria?). Talvez porque parece que você está falando com um computador. Talvez porque elas insistem em começar a conversa dizendo seu nome completo!!! (como se você não soubesse seu nome!).
Agora tem uma nova moda: começam o “monólogo” avisando que a conversa será gravada!!! Porquê??? A conversa será usada contra mim?! (o interessante é que quando digo que não autorizo a gravação eles não sabem o que fazer!...e ligam novamente como se nada tivesse acontecido!)
Ah, disse monólogo porque só elas que falam, e você tem que, pacientemente escutar textos padronizados imensos...e ai de você se interromper! Vai escutar uma voz impaciente e irritada do outro lado, afinal, você está atrapalhando!!!
Outro dia recebi uma ligação de um determinado cartão de crédito me oferecendo literalmente o céu! Sem anuidade, sem limite, tudo já aprovado...dava até para desconfiar. Só tinha um probleminha...eu não havia pedido! Bem, para estes casos, já desenvolvi uma estratégia: “ah que ótimo, esse cartão veio numa hora ótima...eu estou a quatro meses desempregado e ele vai me ajudar muito nas contas atrasadas!”. O próximo som que escutei depois de dizer isso foi: “tum, tum, tum!” Pode acreditar, bateu o telefone na minha cara!!!
Falta a estes serviços claramente Gerência! Falta transformar um serviço burocrático e burocratizado em algo pessoal, afinal você está falando com pessoas de “carne e osso”. Falta acompanhar os contatos já realizados com o mesmo cliente gerenciando os resultados obtidos e “customizando” os novos contatos de tal forma que o cliente se perceba único, individual!
Esta semana fui supreendido! Uma dessas telefonistas de call center me ligou. Começou assim: “Alô, é o Sr. Denis?” “Denis, posso lhe chamar assim? Aqui é a Ligia da empresa ”X”. Será que poderíamos conversar um minutinho sobre nosso produto para ver se você tem interesse? É muito legal e acho que você vai adorar! Caso contrário, não se preocupe, não vou tomar seu tempo!”.
Acho que vocês já imaginam que a essa altura eu já estava com lágrimas nos olhos! Até que enfim alguém me tratou como gente! Alguém se preocupou comigo! Alguém me pediu permissão para ocupar o meu tempo! Permiti, claro!
Iniciamos um papo informal sobre o produto, sem textos padronizados, sem fórmulas prontas. Ela foi tirando minhas dúvidas, foi usando o bom humor, foi me mostrando as vantagens, os benefícios e, como num passe de mágica, fui soletrando meus dados pessoais!!! A venda havia sido concretizada! Um verdadeiro milagre do bom atendimento, do relacionamento interpessoal, enfim, de um profissional com P maiúsculo!
Não é tão difícil, não é mesmo!!! Vá em frente e boas vendas!

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns, Denis, pelo texto. Reportou bem o que acontece com cada um de nós em relação aos call centers. Um dia destes, quanto eu disse que não queria um determinado cartão, o atendente falou: "o problema é seu" e desligou o telefone. Um absurdo. Estamos aguardando novos textos.